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REFLEXÃO SOBRE A ACESSIBILIDADE NO TEATRO
A acessibilidade para pessoas com deficiência não se manifesta somente em questões arquitetônicas, ela supera esse entendimento, e invade inúmeras áreas desde a educação, trabalho e até a cultura.
E para isso iremos refletir sobre acessibilidade comunicacional no teatro, que também tem o apoio da legislação federal com o dever de abranger e dar suporte inclusive aos produtos culturais.
Arte é movimento que supera o entendimento cultural, social e econômico. O contato com a arte em geral, seja ela uma exposição ou uma peça teatral faz o indivíduo, independente de sua deficiência, desenvolver sua capacidade analítica organizando ideias e opiniões próprias, capaz de transformar realidades sociais e fazer com que o indivíduo encontre sua identidade transformando sua realidade.
E para que isso ocorra de forma universal, é necessária uma atenção igualitária que envolva todos os públicos com e sem deficiência, por tal motivo, é fundamental discutir a mediação inclusiva, ou seja a acessibilidade comunicacional no teatro.
Diante disso é importante conhecer as ferramentas dessa “tal mediação inclusiva” e suas novas possibilidades de incluir esse público para os espaços culturais, como por exemplo a audiodescrição para pessoas cegas e com baixa visão, o Intérprete de Libras para surdos, e até mesmo a legendagem para pessoas com alguma deficiência auditiva.
Assim como muitos pesquisadores, o psicólogo Reuven Feuerstein revela que o indivíduo que vive em condição de exclusão social e cultural apresenta restrição psicológica à diversos fatores, entre eles à curiosidade e à interação, bem como em conceitualizar, abstrair, simbolizar e representar.
E é na lógica oposta que as ferramentas da acessibilidade comunicacional opera, elas propiciam o relacionamento entre este público em específico com a obra desejada, dando autonomia para que este sujeito possa compreender os signos inseridos numa obra teatral, extinguindo os “vazios” deixados pela ausência do som ou da imagem para uma pessoa surda ou com deficiência visual respectivamente.
Tudo isso reflete no sentimento necessário ao ser humano, trazendo um sentimento de pertencimento que dá sentido à vida.
E aí, vamos refletir?
Por Alexandre Souzah (Diretor, Ator, Cineasta, Pedagogo, Consultor e Produtor de Arte Acessível e Inclusiva, Professor de Teatro para PCDs e Mestrando em Artes da Cena.)
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