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Conheça a história do teatro no Brasil

Nosso passeio pela dramaturgia do teatro brasileiro traz à cena mais três grandes mestres: Dias Gomes, Silveira Sampaio e Chico Buarque.

Dias Gomes

Alfredo de Freitas Dias Gomes nasceu em Salvador, no dia 19 de outubro de 1922, e faleceu em 18 de maio de 1999, em São Paulo, aos 76 anos, em decorrência de um acidente automobilístico.

Escreve seu primeiro conto, As Aventuras de Rompe-Rasga, aos 10 anos. Três anos depois, muda-se com a família de Salvador para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal.

Aos 15 anos, escreve sua primeira peça, Comédia dos Moralistas, premiada no Concurso do Serviço Nacional de Teatro em 1939, mas que termina não sendo encenada. Dois anos depois, a peça é publicada por seu tio, pela Fênix Gráfica da Bahia.

Durante a Segunda Guerra Mundial, em 1941, Dias Gomes escreve o drama Amanhã Será Outro Dia, abordando as questões centrais do nazismo, como a Gestapo, a invasão da França e o exílio dos perseguidos políticos.

Em 1942, o Estado Novo, regime ditatorial implantado por Getúlio Vargas, censura a exibição de sua peça “Pé de Cabra” pelo teor marxista da trama, obrigando o autor a alternar sua atividade de dramaturgo com a de autor de radionovelas.

Dias Gomes passa a escrever e adaptar para o cinema e a TV. Entre suas peças mais famosas que são readaptadas, estão O Pagador de Promessas e o Bem-Amado.

Como autor de telenovelas, atividade que o consagra definitivamente, estreia em 1969 com a novela A Ponte dos Suspiros, da Rede Globo.

Nos últimos anos de vida, passa a se dedicar a textos mais curtos, alegando que “Uma novela é o caminho mais curto para um enfarte”.

Em 1991, é eleito para a cadeira de número 21 da Academia Brasileira de Letras.

Principais Obras

  • A Comédia dos Moralista (1938)
  • Amanhã Será Outro Dia (1941)
  • O Homem Que Não Era Eu (1942)
  • Dr. Ninguém (1943)
  • O Pagador de Promessas (1959)
  • O Santo Inquérito (1966)
  • O Berço do Herói (1963)
  • Roque Santeiro, o Musical (1995)

Silveira Sampaio

José Silveira Sampaio, nasceu no Rio de Janeiro em 1914 e faleceu em 1964, também no Rio de Janeiro. Autor, ator, diretor e empresário. Homem de teatro, implementador de um estilo cômico intrinsecamente ligado à cultura carioca dos anos 50 e 60.

Forma-se em 1935 em pediatria pela Faculdade Nacional de Medicina.

Ainda é estudante quando vence o Concurso de Novos Autores, promovido pelo Jornal do Brasil, com Futebol em Família, texto escrito em parceria com Arnaldo Faro, encenado no Teatro São José em 1931.

Em 1947, funda o grupo amador Os Cineastas e escreve, dirige e produz o filme Uma Aventura aos 40. Filma também As Sete Noivas do Barba Azul, que permanece inacabado.

O primeiro sucesso acontece em 1948, quando apresenta A Inconveniência de Ser Esposa, na companhia de Aimée.

O autor, que se tornou ator e diretor, assume em seguida a função de empresário e aceita ocupar o Teatro de Bolso para encenar seus textos.

Em 1949, recebe a Medalha de Ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, pela direção de Um Deus Dormiu Lá em Casa, de Guilherme Figueiredo.

Em 1953, sai do Teatro de Bolso e passa a ocupar o Teatro Serrador, onde estreia um novo texto, O Diabo em Quatro Corpos, com Mara Rúbia no elenco.

Depois de uma experiência no teatro musicado, a convite de Carlos Machado, Sampaio se estabelece em uma pequena boate do Hotel Glória, onde cria No País dos Cadillacs, 1956.

Na televisão, usa seu estilo crítico para trabalhar como comentarista político e inventa telefonemas para a Casa Civil e para o próprio presidente, o que o torna uma figura popular,

Em 1964, logo depois de sua morte, sua peça mais recente, Da Necessidade de Ser Polígamo, estreia em Nova York, traduzida para o inglês por Roberto de Campos.

Principais Obras

  • A Inconveniência de Ser Esposa (1948)
  • Um Homem Magro Entra em Cena (1948)
  • A Vida Imita a Arte (1948)
  • Paz Entre os Bichos de Boa Vontade (1949)
  • Só o Faraó Tem Alma (1950)
  • Deu Freud Contra (1952)
  • O Diabo em Quatro Corpos (1953)
  • O Cavalheiro sem Camélias (1953)

Chico Buarque

Francisco Buarque de Hollanda, nasceu no Rio de Janeiro, em 1944. Autor e compositor.

Escreve peças que marcam fases expressivas do teatro brasileiro, como Roda Viva, Gota d’Água, Ópera do Malandro, e compõe músicas e trilhas de muitos espetáculos.

Surge no panorama teatral em 1965, quando ainda estuda arquitetura em São Paulo, assinando a antológica música de Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto, na montagem do Teatro da Universidade Católica – TUCA.

Volta a sacudir o ambiente teatral em 1968, com a sua estreia como dramaturgo: Roda Viva.

Mas o que o torna um espetáculo polêmico e histórico, é a direção de José Celso Martinez Corrêa, que usa a peça como pretexto para a construção de um espetáculo-manifesto chamado de teatro de agressão.

Calabar, escrito com Ruy Guerra, é alvo de outro tipo de polêmica: a ousadia da tentativa de reabilitar, ou pelo menos humanizar, uma figura que a história oficial optou por condenar como traidor

O texto é proibido pela Censura, surpreendendo a Othon Bastos Produções Artísticas, produtora do espetáculo, às vésperas da estreia, em 1973. Quando, em 1980, a montagem estreia, mais uma vez, as canções escritas por Chico pairam por cima da polêmica despertada pelo texto.

Gota d’Água, em parceria com Paulo Pontes, a partir de uma ideia de Oduvaldo Vianna Filho, encenação de Gianni Ratto, 1975, firma-o como dramaturgo, premiado com o Molière e o MEC/Troféu Mambembe.

Em Ópera do Malandro, 1978, inspirada na A Ópera dos Três Vinténs, de Bertolt Brecht, e com ação localizada nos meios cariocas da contravenção e malandragem dos anos 1940, Chico volta à fórmula do musical.

Principais Obras

  • Roda Viva (1967)
  • Calabar (co- escrita com Ruy Guerra) (1973)
  • Gota d’Água (1975)
  • Ópera do Malandro (1978)
  • O Grande Circo Místico (1983)

“É difícil dissociar a trajetória de Chico Buarque como dramaturgo e compositor especificamente teatral do seu perfil mais amplo como músico, poeta e personalidade pública visceralmente engajada nas lutas por uma sociedade melhor. Por indiscutível que seja a posição de Gota d’Água na moderna dramaturgia brasileira, por interessantes e poeticamente densas que sejam as suas músicas originalmente escritas para servir de suporte a obras cênicas, a importância maior da contribuição teatral de Chico reside na sua intrínseca coerência com a contribuição global que essa singular personalidade vem trazendo, através da sua excepcional sensibilidade poética, ética e ideológica, para a vida cultural do país”.

Yan Michalki

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural

Por Jéssica Eduarda

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