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Conheça a história do teatro no Brasil

É grande a quantidade de nomes quando nos referimos à dramaturgia brasileira. Seria impossível citar todos aqui, pois todos eles são escritores talentosos, que procuraram levar aos palcos histórias e personagens do universo brasileiro, com todo o carisma e identidade do nosso povo.

Com vocês os escritores brasileiros de teatro: Plínio Marcos. Ariano Suassuna e Augusto Boal.

Plínio Marcos

Plínio Marcos de Barros, nasceu em Santos, em 29 de setembro de 1935 e faleceu em São Paulo, em 29 de novembro de 1999, aos 64 anos. Foi autor de peças de teatro de linguagem crua que enfocavam o universo da marginalidade.

Autor renovador dos padrões dramatúrgicos, através de enfoque quase naturalista que imprime aos diálogos e situações, sempre cortantes e carregados de gírias de personagens oriundas das camadas sociais periféricas, torna o palco, a partir dos anos 1960, uma feroz arena de luta entre indivíduos sob situações de subdesenvolvimento.

Em 1960 foi para a cidade de São Paulo. Entrou para a Companhia Cacilda Becker, montou várias peças. Seus personagens, quase invariavelmente, eram mendigos, vagabundos, delinquentes e prostitutas. Plínio usava uma linguagem característica do submundo.

Em 1966, sob a direção de Benjamin Cattan, ele e Ademir Rocha interpretam Dois Perdidos Numa Noite Suja, o que marca sua estreia profissional. Navalha na Carne, sua obra seguinte, enfrenta graves problemas com a Censura, o que desencadeia mobilização da classe teatral. Leituras no Teatro de Arena e no teatrinho particular de Cacilda Becker e Walmor Chagas reúnem a crítica e artistas, que pressionam pela liberação do texto, permitindo à montagem estrear em 1967.

A montagem de Abajur Lilás, com direção de Antônio Abujamra, é proibida no ensaio geral, levando a produção à bancarrota e Plínio à condição de autor cuja obra inteira encontra-se interditada.

Plínio deixa grande número de obras inéditas, como O Bote da Loba, 1997, além de peças infantis (As Aventuras do Coelho Gabriel, 1965; O Coelho e a Onça, 1988; Assembléia dos Ratos, 1989). É o autor dos roteiros cinematográficos Rainha Diaba, filme de Antônio Carlos Fontoura realizado em 1971, e Nenê Bandalho, filme de Emílio Fontana, de 1970.

Navalha na Carne e Dois Perdidos Numa Noite Suja ganham versões cinematográficas de Braz Chediak, em 1969 e 1970, respectivamente. Em 1997, Neville de Almeida volta a filmar Navalha na Carne e José Jofilly prepara uma nova versão para as telas de Dois Perdidos, ainda em processo de produção. Em 1968, com sua atuação na novela Beto Rockfeller, de Bráulio Pedroso, Plínio alcança projeção nacional como ator.

Recebe o Prêmio Molière de melhor autor por Navalha na Carne e Dois Perdidos Numa Noite Suja, nos anos em que são lançadas, além do Golfinho de Ouro como personalidade, em 1971. Casa-se com a atriz Walderez de Barros e é pai do também dramaturgo Léo Lama.

Principais Obras:

  • Dois Perdidos numa Noite Suja (1966);
  • Navalha na Carne (1967);
  • Balbina de Iansã (1971);
  • Abajur Lilás (1976);
  • Balbina de Iansã (musical) (1970);
  • Madame Blavatski (1985);
  • Balada de um palhaço (1986);
  • O bote da loba (1997).

Ariano Suassuna

Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa, na Paraíba, no dia 16 de junho de 1927 e faleceu em Recife, Pernambuco, no dia 23 de julho de 2014, aos 87 anos.

Ariano Suassuna foi escritor, dramaturgo e poeta, tendo ficado mais conhecido por sua produção em prosa, embora tenha se arriscado a escrever versos ao longo de sua vida. Um dos expoentes literários da cultura nordestina, Ariano rompeu fronteiras regionais e caiu nas graças do público brasileiro, que se rendeu à simpatia de dois de seus maiores personagens, João Grilo e Chicó, da peça teatral em forma de auto, Auto da Compadecida.

Com a família se transfere para Taperoá, no mesmo estado, onde Suassuna conclui seus estudos primários. Nessa época ele entra em contato com a cultura popular nordestina, que marca grande parte da sua obra. Assiste pela primeira vez a um desafio de viola e a uma peça de mamulengo, o teatro nordestino de títeres, em uma feira na cidade.

Em 1942, muda-se para Recife, onde cursa o secundário. Nesse período publica seu primeiro poema. Ingressa na Faculdade de Direito do Recife, em 1946.

Em 1947, escreve sua primeira peça Uma Mulher Vestida de Sol. No ano seguinte escreve Cantam as Harpas de Sião. Em 1950, conclui o curso de Direito. Dedicou-se à advocacia e ao teatro.

Seu trabalho mais conhecido, O Auto da Compadecida, é escrito quase uma década depois, em 1955. Pouco advogou e, em 1957, tornou-se professor dos Departamentos de História e de Teoria da Arte e Expressão Artística da Universidade Federal do Pernambuco, cargo no qual permaneceu durante 31 anos.

Funda, em 18 de outubro de 1970, o movimento armorial, destinado à criação de uma arte erudita nordestina calcada em suas raízes populares, que apresentou o sertão como um universo cultural e lúdico, espaço até então colocado em segundo plano na cultura brasileira.

A intenção era construir uma arte essencialmente erudita por meio de elementos autenticamente nacionais, fundindo a cultura popular com o intrincado universo erudito.

Lança o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, em 1971 e seu desdobramento, História do Rei Degolado / Ao Sol da Onça Caetana, em 1977. Atua como secretário de educação da prefeitura do Recife, em 1975, e assume a Secretaria Estadual de Cultura de Pernambuco, em 1995. Torna-se membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), em 1989.

Principais Obras:

  • Uma Mulher Vestida de Sol (1947);
  • Os Homens de Barro, (1949);
  • Auto de João da Cruz (1950);
  • O Arco Desolado (1952);
  • O Auto da Compadecida (1955);
  • O Casamento Suspeito (1956);
  • O Santo e a Porca (1958);
  • A Farsa da Boa Preguiça (1960);
  • A Caseira e a Catarina (1962);
  • Almanaque Armorial (2008).

Augusto Boal

Augusto Pinto Boal nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de março de 1931 e faleceu em 2 de maio de 2009, no Rio de Janeiro, aos 78 anos.

Por ser um dos únicos homens de teatro a escrever sobre sua prática, formulando teorias a respeito de seu trabalho, torna-se uma referência do teatro brasileiro. Principal liderança do Teatro de Arena de São Paulo nos anos 1960. Criador do teatro do oprimido, metodologia internacionalmente conhecida que alia teatro a ação social.

Escreve alguns textos curtos inspirado em situações da Penha: Maria Conga, Histórias do meu bairro e Martin Pescador. Alguns textos foram submetidos à crítica de Nelson Rodrigues, de quem se aproximou durante o período em que cursou Engenharia Química. Conclui o curso de química na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1950, e embarca para Nova York, onde realizou 20 estudos em dramaturgia com John Gassner um de seus mestres.

Em 1954, concluídas as aulas em Química, Boal dedica-se integralmente ao teatro. Integra um grupo de dramaturgos, Writers’ Group, Brooklyn, ganha um concurso de peças em um ato na Columbia com Martim Pescador, o primeiro reconhecimento como dramaturgo.

De volta ao Brasil em 1956, aos 25 anos, é contratado para integrar o Teatro de Arena de São Paulo, dividindo as tarefas de direção com José Renato (1926-2011), mentor artístico da companhia.

Aprofunda o trabalho de interpretação, adaptando o método de Stanislavski, ao qual teve acesso, através de sua experiência norte-americana, às condições brasileiras e ao formato de teatro de arena, resultando numa interpretação naturalista, até então não experimentada no Brasil. Estreou como diretor em setembro com Ratos e Homens de John Steinbeck.

Sua atuação é decisiva no engajamento do grupo na opção ideológica da esquerda brasileira, determinando a investigação de uma dramaturgia e interpretação voltadas para as discussões e reivindicações nacionalistas.

Em 1960, seu texto Revolução na América do Sul, com direção de José Renato, o eleva ao posto de um dos melhores dramaturgos do período, lugar que já ocupa como encenador e ideólogo no panorama paulista.

Assim que se efetiva o golpe militar, Boal vai ao Rio de Janeiro dirigir o show Opinião, com Zé Kéti, João do Vale e Nara Leão (depois substituída por Maria Bethânia).

Boal escreve Bolivar, o lavrador do mar (Arena conta Bolivar). Após a assinatura do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, o Teatro do Arena excursionou pelos Estados Unidos, México, Peru e Argentina, reapresentando Arena Conta Zumbi. O grupo encenou também Arena conta Bolivar, texto e direção de Augusto Boal, censurada no Brasil.

Em fevereiro de 1971, Boal foi preso e torturado. Exilou-se em Buenos Aires, onde residiu por cinco anos. Desenvolve a estrutura teórica dos procedimentos do teatro do oprimido.

O trabalho, que nasceu a partir dos anos de exílio na América do Sul e rendeu frutos na Europa na década de 70, chegou ao Brasil, em 1974, a primeira edição de “Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas”.

Retorna definitivamente para o Brasil em 1986. Nesse mesmo ano, dirigiu Fedra de Jean Racine, no Teatro de Arena do Rio de Janeiro, com Fernanda Montenegro no elenco.

Ainda em 1986, passa a dirigir a Fábrica do Teatro Popular a convite do então Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, Darcy Ribeiro. Nesse mesmo ano cria o Centro do Teatro do Oprimido – CTO, visando difundir as técnicas do teatro do oprimido no Brasil.

Entre outros significativos títulos e prêmios angariados por Boal no exterior, destacam-se o Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres, outorgado pelo Ministério da Cultura e da Comunicação da França, em 1981, e a Medalha Pablo Picasso, atribuída pela Unesco em 1994. Em 2009, é nomeado embaixador mundial do teatro pela Unesco.

Principais Obras:

  • O Logro (1953);
  • Suave Song (1953 -1955);
  • O Cavalo e o Santo (1954);
  • Marido Magro (1957);
  • Revolução na América do Sul (1960);
  • José do Parto a Sepultura (1961);
  • O Melhor Juiz, O Rei (1963);
  • Arena Contra Zumbi (1965);
  • A Lua Pequena e a Caminhada Perigosa (1968);
  • A Tempestade (1976);
  • Mulheres de Atenas (1976)
  • Murro em Ponta de Faca (1978)
  • Amigo Oculto (1998)

Fonte: Enciclopédia Itaú Cultural

Por Jéssica Eduarda

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